domingo, 2 de dezembro de 2012

Não acredito em alma penada, mas que havia uma força estranha no armário, ah... tinha sim


Recentemente, o Fantástico mostrou na Rede Globo histórias de pessoas que viram fenômenos sobrenaturais. Amigos que sabem de uma experiência que eu passei perguntaram de novo, então resolvi mostrar a cena que um dia me apavorou mas, que nos dias seguintes, virou sinônimo de “cineminha” com os amigos.

Era o ano de 2000, trabalhava como jornalista em um jornal na editoria de internet, em São Paulo, e dividia o quarto de um antigo hotel, na Avenida Matarazzo, no bairro Barra Funda, Zona Oeste da capital paulista, com três designers gráficos do jornal, sendo Rogério, Marcelo e Junior. Não lembro o nome do prédio e acho que tinha uns seis andares e ocupávamos o quarto piso.

Tomei banho por último e quando fui dormir desliguei a tv que tinha acabado de exibir um filme de 007 na Tela Quente, portanto, era pouco mais da meia noite. Os meus parceiros estavam dormindo e quando comecei a pegar no sono escutei um barulho que parecia a janela abrindo e fechando sem parar.

Dormia de cara com a parede e quando olhei a janela, tipo de correr, ela estava fechada e o barulho, de algo abrindo e fechando, continuava forte. Ao virar o rosto e ver o armário na entrada do quarto, que era um móvel bem antigo, daqueles que tem um buraco de respiro para diminuir a umidade, a porta abria e fechava sozinha, como se alguém a estivesse puxando rapidamente para os lados.

Naquele momento congelei, uma reação típica de quem quer compreender o que está se passando. Então pulei da cama, dei um chute na porta que parou de mexer e acendi a luz. Os meus colegas levantaram e perguntaram o que aconteceu.

Relatei este mesmo fato, eles foram até o armário, disseram que eu sonhei e não deram muita bola. Fiz questão de abrir e fechar a porta do armário para mostrar como tinha visto o fenômeno, incluindo o barulho do fechar e abrir que era praticamente o mesmo.

Me senti como as pessoas que aparecem na televisão e falam de coisas estranhas e ninguém acredita. Passados alguns minutos, todos deitaram novamente e eu contrariado insistia na verdade do meu relato.

Em seguida, começamos a falar de assuntos de assombração e para a minha felicidade e, tristeza de meus companheiros, a porta do móvel abriu de repente e logo, o Rogério, Marcelo e Junior, estavam ao lado da minha cama dizendo um monte de palavras tipo “tá louco, o que é isso?”, e eu que já tinha passado por aquilo dava risada deles.

Fomos para o armário, mexemos em tudo para ver se havia algo diferente e nada. Resolvemos fechar a porta para não termos mais surpresas. No dia seguinte, na mesma hora, estávamos com refrigerantes, bolachas, outros lanches e com minha máquina fotográfica para registrar o fenômeno. Praticamente no mesmo horário a porta entreaberta novamente mexeu e nós vibrávamos de forma apreensiva, como se estivéssemos assistindo a um filme de suspense.  

Os dias se passaram e acostumamos com o fato. Apelidamos, o que seria o fantasma do armário, com um nome não podia ser outro: Romário. Uma vez, chegamos para dormir e esquecemos de trancar a porta do móvel.  Era de madrugada e a porta daquela vez não apenas fechou e abriu. O movimento foi único, a porta bateu com tanta força que o barulhão acordou a todos imediatamente. Semanas depois, a empresa nos mudou de hotel porque a sede do jornal se instalou no centro da cidade, na Rua São João.

Ficou a experiência de presenciarmos um fato estranho. É uma pena que na época não havia câmeras em celulares, pois com as imagens é certeza que teríamos feito uma grana vendendo as cenas para os programas de conteúdo sobrenatural que surgem nos canais de tv a cabo.
Marcos Rosa Filho – jornalista  e fotógrafo de coisas sem explicação
Porta de correr de armário antigo abria e fachava sozinha
e um dia bateu tão forte que a pancada acordou a todos
 

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